Se você está pensando em adquirir um veículo, novo ou usado, mas não tem o valor integral para pagar à vista, o financiamento de veículos pode ser uma alternativa viável para colocar o carro dos seus sonhos na garagem. De acordo com dados da B3, o Brasil registrou o financiamento de 6 milhões de veículos em 2019, com um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Isso demonstra que, para muitos, o financiamento é a melhor opção para realizar a compra de um carro. Contudo, antes de decidir por essa modalidade de crédito, é essencial entender como funciona e se vale a pena para o seu orçamento.
Neste guia, vamos explorar as principais características do financiamento de veículos, os tipos disponíveis e o passo a passo para contratar. Assim, você poderá tomar uma decisão mais informada e adequada às suas finanças.
O que é o Financiamento de Veículos?
O financiamento de veículos é um tipo de empréstimo em que uma instituição financeira paga o valor do carro à concessionária ou vendedor, e o comprador quita esse valor em prestações mensais ao longo de um período. O montante financiado inclui, além do valor do veículo, uma taxa de juros que será cobrada durante o prazo do financiamento. Assim, o comprador paga, no fim das contas, mais do que o valor original do carro devido aos juros.
Porém, diferentemente de um empréstimo pessoal, o financiamento de veículos está diretamente vinculado à compra de um bem específico – o carro, motocicleta ou veículo pesado. Isso significa que o financiamento só é aprovado se a compra do veículo for concluída, e a documentação do automóvel precisa ser fornecida à instituição financeira antes de o contrato ser finalizado.
Embora o financiamento pareça uma solução acessível para quem não dispõe do valor total do carro à vista, é importante considerar os custos adicionais, como as taxas de juros, que podem variar bastante entre as instituições financeiras. Vale, também, analisar se o financiamento se encaixa no seu planejamento financeiro a longo prazo.
Tipos de Financiamento de Veículos
Há diversas modalidades de financiamento de veículos no mercado, sendo as mais comuns:
Crédito Direto ao Consumidor (CDC)
O Crédito Direto ao Consumidor, conhecido como CDC, é a forma mais popular de financiamento de veículos no Brasil. Nesse tipo de operação, o comprador recebe o valor do veículo de uma instituição financeira e faz o pagamento em parcelas mensais. Durante o período do financiamento, o carro fica alienado ao banco, ou seja, o comprador não pode vendê-lo sem quitar a dívida. Mesmo assim, o veículo já é registrado no nome do comprador, mas com a observação de que existe uma alienação fiduciária.
A grande vantagem do CDC é que você não precisa esperar para ter o carro em mãos, basta ter a aprovação do crédito. Muitos bancos oferecem limites pré-aprovados para clientes com bom score de crédito, o que facilita ainda mais o processo.
No entanto, o CDC pode sair mais caro no longo prazo por conta dos juros. Mesmo que as parcelas mensais sejam acessíveis, o valor total pago ao final do contrato será superior ao preço original do carro.
Leasing Financeiro
O leasing financeiro é uma opção bastante comum, especialmente para veículos pesados ou utilitários. Nessa modalidade, a instituição financeira compra o veículo e cede o uso ao cliente mediante o pagamento de contraprestações mensais. O contrato pode durar de 24 a 60 meses, e ao final desse período o cliente pode optar por devolver o veículo, renová-lo ou pagar o Valor Residual Garantido (VRG) para adquirir o carro definitivamente.
A principal vantagem do leasing é que, geralmente, as parcelas são menores que as do CDC. Porém, durante o contrato, o veículo não pertence ao cliente; a posse é da instituição financeira até que o contrato seja finalizado e o VRG quitado.
Leasing Operacional
No leasing operacional, a lógica é semelhante ao leasing financeiro, mas com algumas diferenças importantes. Primeiro, o arrendatário pode devolver o bem ao final do contrato e trocar por outro veículo. Além disso, no leasing operacional, as despesas com manutenção e seguro do veículo ficam por conta da instituição financeira, o que pode ser vantajoso para o cliente.
Esse tipo de leasing tem prazo mínimo de 90 dias, e as parcelas não podem exceder 90% do valor do bem. Ele é mais comum em empresas e frotas de veículos, pois facilita a gestão e renovação de automóveis.
O Consórcio é um Tipo de Financiamento?
Embora algumas empresas chamem o consórcio de “autofinanciamento”, ele funciona de maneira diferente do financiamento tradicional. No consórcio, um grupo de pessoas paga uma quantia mensal para formar um fundo comum. Mensalmente, um dos participantes é sorteado para usar o valor acumulado e comprar o veículo. O consórcio não tem cobrança de juros, mas existe a taxa de administração.
O consórcio é uma boa opção para quem não tem pressa de adquirir o veículo, já que pode demorar vários meses até ser contemplado. No entanto, não é indicado para quem precisa do carro imediatamente.
Como Contratar um Financiamento de Veículos
Agora que você já conhece os tipos de financiamento, vamos ao passo a passo para contratar um:
Escolha o Veículo
O primeiro passo é decidir qual carro você deseja comprar. O valor do veículo será o principal determinante das parcelas mensais que você pagará.
Pesquise Instituições Financeiras
Diversos bancos e financeiras oferecem financiamento de veículos, incluindo grandes bancos e fintechs. Compare as taxas de juros e condições de pagamento antes de tomar uma decisão.
Solicite a Aprovação de Crédito
Após escolher a instituição financeira, será necessário passar por uma análise de crédito. Ela avaliará seu score, renda e histórico financeiro para definir se o financiamento será aprovado.
Apresente a Documentação do Veículo
Se o crédito for aprovado, será necessário fornecer a documentação do veículo e finalizar o contrato de financiamento.
Assine o Contrato e Receba o Veículo
Com tudo aprovado, você poderá assinar o contrato e finalmente ter o veículo em mãos.
Concluindo, o financiamento de veículos pode ser uma ótima opção para quem quer adquirir um carro sem precisar pagar à vista. No entanto, é fundamental analisar as diferentes modalidades e se planejar financeiramente para não comprometer o orçamento a longo prazo.